Tailândia: de Ayutthaya a Banguecoque
A localização de Ayutthaya na bacia do rio Chao Phraya e a sua relativa proximidade ao golfo da Tailândia contribuíram decisivamente para o seu papel no comércio marítimo. A sua ascendência deve-se ao mar, mais do que à terra. A coesão do reino de Ayutthaya desenvolveu-se no quadro da religião Budista e de um complexo sistema de controlo social, sendo a corte e o rei o centro do poder político e cultural. A escultura de Ayutthaya incorporou influências do estilo Khmer e de Sukhothai. Mais tarde, Ayutthaya viria a desenvolver uma iconografia distinta, como é o caso das imagens de Buda coroadas, como sinal da forte ligação entre a fé e o poder real.
No Norte, o reino tailandês de Lanna, ou Lan Na (capital, Chiang Mai), fundado pela dinastia Mangrai em 1292, floresceu até ao final do século XVI, a partir do qual, na sequência das invasões birmãs, o poder passou a ser exercido direta o indiretamente por estes, até ao século XVIII. A estatuária budista da região de Lanna revela um estilo distinto, uma escola diferente das de Sukhothai e de Ayutthaya.
Após as invasões birmanesas e a destruição de Ayutthaya, em 1767, a capital tailandesa mudou-se para Sul, primeiro para Thonburi e, em 1782, para Banguecoque. De início, a arte e a arquitetura refletiram a tradição de Ayutthaya, mas na segunda década do século XIX, o seu reportório visual incorporou elementos de origem chinesa. A partir de meados do século XIX, estilos e iconografias ocidentais e sino-europeus entraram em voga, sem que se abandonassem as tradições siamesas e budistas.
As imagens de Buda não são representações no sentido usual. As suas posições e gestos, permitem por exemplo identificar um momento particular da vida de Buda.