Ogata Kenzan
Ogata Kenzan 1663-1743), o irmão mais novo de Ogata Korin (1658-1716), estudou cerâmica com Nonomura Ninsei (c. 1648-1690). O que faz de Ogata Kenzan um membro importante da escola Rimpa é a sua técnica de pintura com esmaltes, sobre objetos cerâmicos, tirando partido da sua tridimensionalidade para realçar o ritmo e arrojo dos padrões escolhidos. A cor acrescenta volume e confere às suas peças o naturalismo estilizado da estética Rimpa.
Estética Rimpa
No início do século XVII, o novo governo militar, sediado em Edo (atual Tóquio), era uma ameaça ao papel histórico da cidade imperial de Quioto. Neste período, o imperador Go-Mizunoo (1596-1680) foi determinante no desenvolvimento de um movimento cultural que integrou a corte, os homens de letras e mercadores abastados, para desafiar as pretensões da nova cidade.
Hon’ami Koetsu (1558-1637) foi uma das figuras-chave neste revivalismo cultural. Enquanto poeta, escrevia em papéis elegantemente decorados, especialmente encomendados a Tawaraya Sotatsu (f. ca. 1640), chefe de uma oficina de pintura em Quioto. Depois de 1621, Sotatsu canalizou sobretudo a sua criatividade para a pintura, inventando novas técnicas e composições, que pintores posteriores viriam a revisitar e a reutilizar. Um destes artistas, e de longe aquele que contribuiu de forma mais original e visionária para o estilo Rimpa, foi Ogata Korin (1658-1716).
O vocábulo Rimpa (literalmente, “escola de Korin”) é um termo moderno que se refere à arte de Ogata Korin e dos seus seguidores em todos os seus suportes. Nos primórdios do japonismo europeu, segunda metade do séc XIX, Korin foi de imediato reconhecido como o “o mais original e mais japonês de todos os pintores japoneses”.