Têxtil com cena de caça

Têxtil com cena de caça

Algodão, xilografia, mordentes, pigmentos Para o mercado indonésio Gujarate, Índia Séc. XVII/séc. XVIII Inv. CA-CFC.1093

Têxteis e especiarias indianas

A partir do início do século XVI, o controlo do rentável comércio de têxteis indianos por parte dos mercadores portugueses, e posteriormente holandeses e ingleses permitiu a estes adquirirem as especiarias indonésias, muito procuradas na Europa.

Tanto os mercadores portugueses como os holandeses usavam os têxteis indianos para trocar e presentear os soberanos das diversas ilhas do Indonésia, a fim de garantirem relações comerciais privilegiadas. O mais apreciado era a seda de duplo ikat, conhecida como patola. Os membros da corte de Java usavam este tecido como parte da sua indumentária quotidiana, sendo que, em muitas comunidades das ilhas da Indonésia, este têxtil era investido de poderes mágicos e curativos.

Estes mercadores foram também introduzindo novos padrões. Através deste processo, o design de têxteis no período Mogol (1526-1756) viria ser influenciado pelo gosto europeu, sobretudo nos tecidos de algodão estampados e tingidos, tal como os fabricados na costa de Coromandel, na baía de Bengala.

Este tipo de têxteis eram exportados em grandes quantidades para o Irão, a Europa, a Tailândia, a Indonésia e o Japão. Os tecidos de pendurar indianos em algodão, chamados palampores, exibiam composições de estilo chinoiserie, flores fantásticas, pássaros e inclusive ciprestes iranianos.

Conhecidos em Portugal pelo nome de “chita”, estes têxteis de algodão, eram guardados nas casas da aristocracia e muitos sobreviveram até aos nossos dias, o mesmo acontecendo na Indonésia e no Japão, onde os têxteis indianos eram muito valorizados e guardados com extremo cuidado.