Figura de Buda Vairocana sobre naga

Figura de Buda Vairocana sobre naga

Pedra Khmer Período Angkor, séc. XII (meados) Inv. CFC.112

Escultura Angkor Wat e Bayon

Deve-se ao rei Suryavarman II (1113 – 1149), a construção do impressionante complexo de templos de Angkor Wat, o maior monumento em pedra do mundo. Um devoto de Vishnu, divindade que desde o século VII era associada à guerra.

Este monarca viria a expandir o território do Camboja para sul, a partir da Península da Malásia, para oeste, ao longo da fronteira birmanesa (atual Myanmar), e para leste, até Vijaya, capital do reino de Champa (atual centro e sul do Vietname) e enviou várias embaixadas de “tributo imperial” à corte da dinastia Song do Norte, altura em que o imperador chinês elevaria o seu estatuto para o de “grande vassalo”.

Suryavarman II foi sucedido pelo seu irmão Tribhuvanadityavarman, mais novo e budista devoto. Ao longo do seu reinado de 30 anos, este monarca empreendeu uma única expedição contra o Dai Viet, a qual acabaria por fracassar devido ao mau tempo. Ao contrário do seu irmão mais velho, que não mandou erigir quaisquer templos budistas, este fundou oito, incluindo o enorme complexo de Beng Mealea. Deve-se pois atribuir a este rei e período, as muitas imagens produzidas em pedra e em bronze, de budas coroados e sentados em serpentes-trono.

No final do século XII, o rei Jayavarman VII (c. 1182-1220), que elevaria ao auge o culto hindu do devaraja (deus-rei), foi o primeiro dos soberanos Khmer a dedicar um templo de estado (o Bayon) aos Budas do Mahayana. Ele considerava-se a si próprio um Bodhisattva, um ser iluminado, intermediário entre os deuses e os homens, instalando um grande Buda sentado numa naga, no centro do templo de Bayon, com múltiplas torres coroadas também por enormes rostos de sorriso enigmático.