Escultura budista do período Bagan ao Konbaung
No período de Bagan (século XI ao XIII), a escultura em pedra era reservada para imagens de dimensão relativamente pequena, as quais eram quase sempre colocadas em nichos dentro dos templos em tijolo. Neste período foram entalhadas inúmeras imagens de Buda em madeira, as quais chegaram até nós graças às camadas protetoras de laca, com que originalmente foram revestidas. Nos dois exemplos da coleção, um dos quais do início do século XI e o outro de finais do século XII ou do século XIII, a longa túnica exterior confunde-se com o corpo e apenas as bainhas o sinalizam. A mão do braço direito, paralelo ao corpo, faz o gesto de concessão de graças (varada mudra). Este é o gesto mais frequente entre as imagens de Buda em pé.
Até ao início do séc. I. d.C. Buda era apenas representado através de formas simbólicas reportando a momentos da sua vida terrena, como é o caso das pegadas de Buda (buddhapada). Nos mais antigos exemplos em pedra, poucos ou nenhuns símbolos auspiciosos eram entalhados, mas com o tempo, a decoração tornou-se mais rica e complexa. Entre os símbolos mais frequentes temos a flor de lótus e a Roda da Doutrina (dharmachakra), símbolo que sugere o primeiro sermão de Buda. No período de Bagan, buddhapada foram entalhadas em grande número como obras de mérito religioso e frequentemente também pintadas à entrada dos templos. Pegadas de Buda continuaram a ser encomendas durante o período de Ava e Konbaung continuando até aos nossos dias